04/04/2025
Artigo publicado no jornal A Hora do Sul em 04/04/2025
O assunto faz parte de um tema antigo que ultimamente ganhou notoriedade e atenção após o anúncio das alterações na NR1.
A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) foi estabelecida em 1978 e é a norma que dita as diretrizes gerais para a segurança e saúde no trabalho (SST) no Brasil. Ela é a base para as demais normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. Ao longo dos anos já passou por outras alterações, mas as que entrarão em vigor em 2025 ficarão na história visto que, literalmente, mexem com a cabeça das pessoas.
Nos últimos 10 anos os casos de afastamento do trabalho por transtornos mentais como ansiedade e depressão mais que duplicaram, e isso foi um grande alerta para se rever as condições de trabalho de uma forma geral. O crescente número de afastamentos além de anunciar uma triste realidade de saúde pública, afeta diretamente a economia do país.
Trazendo o assunto para o dia a dia das empresas, a melhor estratégia a se adotar é dar foco às boas práticas de saúde mental, ao invés de encarar as tais alterações na norma como mais um gasto!.
Na teoria, são mais alguns itens importantes a serem verificados e ajustados no GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) dentro do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), e este é um dos primeiros passos para estar de acordo com a norma.
Na prática, a forma mais eficaz de encarar esse movimento é enxergando os benefícios de tratar a saúde mental dos funcionários como estratégia de negócio.
Em 2024 o Brasil teve mais de 470 mil afastamentos por motivos de saúde metal, dado que impacta diretamente os resultados, a qualidade e o crescimento dos negócios. Ou seja, se há uma forma de conter e reduzir esses números, certamente haverá benefícios.
Independente do porte da empresa, todas as que empregam com o regime CLT precisam se adequar a norma. É importante ressaltar que a NR1 preconiza a prevenção, ou seja, a estratégia é focar na gestão de riscos. Se por um lado a norma segue a premissa da prevenção, por outro ela inova ao reforçar a importância da participação ativa dos funcionários em relação às boas práticas.
Agora, imagina só uma empresa deixando de gastar com novas contratações de emergência e investindo em palestras e desenvolvimento humano; fechando novos negócios resultantes de uma equipe mais criativa e motivada; contribuindo com o crescimento de outros negócios pois acredita na parceria com profissionais de saúde e terapias diversas, e além de tudo isso, ainda ser reconhecida como uma ótima empresa para trabalhar. Imaginou? Isso não é utopia. O primeiro passo é se permitir enxergar pelo seguinte viés: quem não entende de pessoas, não entende de negócios.
