11/12/2024
Artigo publicado no jornal A Hora do Sul em 11/12/2024
No meio corporativo e financeiro o burburinho está feito: o mercado de crédito de carbono está a um passo de se tornar regular no Brasil.
O grande objetivo dessa regulamentação é que o Brasil atinja as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) assumidas no Acordo de Paris, onde os governos se comprometeram em agir para manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2 °C em relação aos níveis pré-industriais. Na prática, a grande preocupação era, e é, manter um ecossistema saudável pois era sabido que os eventos climáticos extremos se tornariam cada vez mais frequentes com o aumento da temperatura terrestre; infelizmente o que eram projeções estão acontecendo e todos nós estamos sentindo, direta ou indiretamente.
Na rotina das empresas o que muda é a atitude em relação à algumas práticas, mesmo que nem todas tenham a emissão de GEE como materialidade, todas podem fazer a sua parte.
O projeto de lei PL nº182/2024 prevê que operadores que emitirem mais de 10.000t de CO2e/ano devem monitorar e relatar suas emissões de GEE, enquanto os que excederem 25.000t de CO2e/ano, além de monitorar e relatar, também devem compensar as emissões excedentes. Dentre as maiores fontes de emissões diretas de gases de efeito estufa destacam-se a indústria de energia; indústria petroquímica e mineração; construção civil; transporte e logística; e resíduos e saneamento.
Trazendo o assunto para nossa cidade e região, embora poucas empresas se enquadrem nestas quantidades de emissões, a grande sacada é que todas as empresas procurem se inteirar da regulamentação e, aos poucos, “entrem na linha”, pois mais cedo ou mais tarde, a lei pode se estender e cobrar atitudes de redução e mitigação independentemente da quantidade de emissões.
Olhando pela perspectiva de continuidade de negócios, as empresas que implementarem práticas de redução de GEE, seja investindo em uma matriz energética renovável, ou otimizando sua logística que, inevitavelmente, ainda é movida a combustível fóssil, já estão contribuindo para o atingimento das metas gerais; ainda que não esteja na lista das mais poluentes, se cada uma fizer a sua parte, todos ganham.
E o ESG? Mais uma vez está no meio de toda e qualquer ação que visa um ecossistema em equilíbrio com o mercado. A regulação do mercado de créditos de carbono é assunto de suma importância e está enraizado no pilar Environmental (Ambiental) do ESG pois está diretamente ligado às mudanças climáticas e todos os transtornos que ela causa.